domingo, 22 de maio de 2011

Tratamentos de Baixa Complexidade - Infertilidade

Dentre os tratamentos de baixa complexidade podemos citar o Coito Programado com a indução da Ovulação e a Inseminação Intra-uterina.


Coito Programado com a Indução da Ovulação

Um quadro que é observado com frequência é a infertilidade por distúrbios de ovulação. Existem várias condições que levam a este quadro como, por exemplo, obesidade, aumento da secreção de prolactina e síndrome de ovários policísticos. A alteração na secreção de GnRH pelo hipotálamo ou de FSH e LH pela hipófise pode levar à anovulação. Estes dois últimos hormônios são os responsáveis diretos pelo recrutamento, desenvolvimento e maturação do folículo ovulatório dentro do qual está o óvulo.

Para correção deste problema existe uma série de medicamentos que podem ser utilizados para estimulação ovariana. O citrato de clomifeno e os preparados contendo FSH e FSH + LH são os mais frequentemente utilizados. Nos últimos anos, os preparados contendo FSH obtido da urina de mulheres menopausadas, vêm dando lugar a preparados produzidos sinteticamente, através de engenharia genética, com pureza e eficácia superiores e melhores resultados na indução de ovulação.

A indução de ovulação é um processo feito individualmente para cada paciente e os protocolos, doses e medicamentos a serem utilizados são elaborados dependendo do perfil de cada mulher. Em alguns casos os protocolos visam a produção de 2 a 3 óvulos num mesmo ciclo, aumentando as chances de fecundação, num processo chamado de coito programado.

Uma parte crucial neste processo é a monitoração da resposta ovariana ao uso dos medicamentos. A monitoração visa três pontos básicos:

1- observar a eficácia do protocolo na resposta ovariana com a produção do folículo ovulatório.

2- Detectar a presença de hiperestímulo na resposta ovariana com produção de vários folículos e assim evitar os riscos de gestação múltipla.

3- Determinar com precisão o dia ideal para administração da gonadotrofina coriônica que induz a maturação final do folículo, sua rotura e consequentemente o dia ideal para manter relações.

A monitoração se faz principalmente através da ultra-sonografia transvaginal. São realizados exames seriados com medições dos diâmetros dos folículos e da espessura do endométrio. Associada à monitoração ultra-sonográfica, exames de sangue com dosagens hormonais podem ser necessários para avaliação da qualidade do folículo que está sendo produzido.

Dependendo das drogas utilizadas, é acompanhado o crescimento dos folículos até determinado diâmetro, quando então, a ovulação é induzida com o uso do hCG. Após cerca de 36 horas, o processo de ovulação se inicia com a liberação dos óvulos que são captados pelas trompas, sendo neste período recomendado que a paciente mantenha relações.

Com novas drogas sendo lançadas, o sucesso na indução de ovulação vem aumentando de maneira considerável, abrindo novas perspectivas para as pacientes de baixa produção ovariana e para aquelas com idade avançada. 

Inseminação Artificial (IA)

Inseminação artificial, por definição, é a introdução do gameta masculino, espermatozóide, no trato genital feminino. Existem vários tipos de inseminação artificial, sendo a mais utilizada a inseminação intra-uterina. A diferença entre os vários tipos é basicamente o local do trato genital onde a amostra de espermatozóides é depositada na mulher. Existem basicamente 5 tipos de inseminação artificial:

Inseminação intracervical
Inseminação intrauterina
Inseminação intratubária
Inseminação intraperitoneal
Inseminação intrafolicular

Os casos onde a técnica de inseminação artificial é mais indicada são:

- Disfunções na relação sexual
- Presença de anticorpos anti-esperma
- Alterações no muco cervical ou no colo uterino
- Endometriose
- Diminuição de número, motilidade e penetração dos espermatozóides
- Infertilidade sem causa aparente
- Ausência de espermatozóides no parceiro, onde é utilizada uma amostra de um doador que é descongelada, preparada e utilizada para este fim

A inseminação deve ser feita no período ovulatório da paciente, podendo esta ter sido submetida ou não à indução de ovulação como vimos anteriormente. Para tanto, é necessária a monitoração precisa através de ultra-sonografia e exames hormonais.

Vários estudos comprovam que a indução de ovulação múltipla (2 a 3 folículos), quando associada à inseminação artificial, aumenta as chances de gestação. Um estudo publicado em 2002 mostra que nos EUA, no ano de 2000, o percentual de gestação de pacientes sendo submetidas à inseminação intra-uterina sem estimulação ovariana foi de 12,5%. Nas pacientes submetidas a estímulo ovariano, o percentual elevou para 24%.

Geralmente, é feita um total de até 3 inseminações artificiais para cada caso. Se após estas tentativas, onde os procedimentos foram plenamente satisfatórios, não obtiver sucesso, partem para técnicas de maior complexidade como a fertilização in vitro.

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